É impossível ficar indiferente às imagens que nos chegam da Madeira. A “mãe natureza”, por vezes madrasta e castigadora, contrastando com tudo o que habitualmente nos traz de bom, ditou as suas leis perante a impotência do ser humano, incapaz de suster o rasto de destruição deixado pelo temporal.
“Cuidar dos vivos e rezar pelos mortos”, diz o povo. Perante a dimensão da tragédia e depois de refeitos do “choque” e da surpresa, foi isto que todos fizeram, sem excepção, sem “guerras” ou ressentimentos, colocando mãos à obra no sentido do salvamento dos que permaneciam em risco, do apoio às vítimas e desalojados, da limpeza de ruas, estradas, casas, em suma, do regresso à (possível) normalidade. E levando solidariedade àqueles que dela necessitam.
Momentos como este deixam perceber quão importantes são os serviços de protecção civil, as forças de segurança, os bombeiros (pela parte que nos “toca”, e falando apenas no nosso concelho, é reconfortante saber que todos eles estão em “boas mãos”). Em momentos como este importa, também, retirando as devidas ilações para o futuro e precavendo situações semelhantes, acreditando que as dimensões de uma tragédia como esta podem sempre ser minimizadas, que na ordem do dia sejam colocadas questões de ordenamento do território, nas grandes obras públicas mas também nas particulares, por muito que as leis emanadas pelo poder central ou local custem àqueles que querem construir a “qualquer preço” (tantas vezes “destruindo”).
António José Ferreira
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