Abençoada!
Cidinha Campos. Este nome provavelmente não dirá muito a alguns dos nossos leitores. Trata-se de uma jornalista brasileira, de 67 anos, que enveredou pela política e nesta área tem vindo a impor-se na busca da verdade, com um estilo de intervenção muito próprio, trazendo à liça diversos casos de corrupção e apontando os nomes dos envolvidos. Em finais de Março tornou-se conhecida em todo o Mundo quando uma das suas acaloradas intervenções chegou às redes sociais: perante o silêncio das bancadas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Cidinha Campos apontou mais um caso de abuso de poder e favorecimento ilícito, juntando factos, provas e… nomes. Como diria a minha saudosa avó Céu: abençoada!
Que falta faz uma “Cidinha” em Portugal! Já aqui questionámos, aliás, sobre o que fazem os “bons políticos” face ao “estado” a que chegou o Estado português, onde grassam a corrupção, o compadrio e as desigualdades sociais. Não podemos nem devemos, há que frisá-lo, cair na tentação de colocar no mesmo saco todos os intérpretes da acção política. Seria o total descrédito! Além de injusto, porque há realmente políticos bons e que estão na política imbuídos dos mais nobres princípios que a devem nortear. Mas o que fazem? Que iniciativas desenvolvem? Que alternativas apresentam?
O que a prática nos diz sobre a acção da generalidade dos políticos (e dos partidos) não é animador: ora mudam de opinião (e acção), com autênticos “golpes de rins”, consoante estão no poder ou na oposição; ora não têm opinião, quando em “jogo” estão interesses pessoais ou do “grupo” a que pertencem; ora calam a sua opinião, quando em cima da mesa estão directrizes emanadas pela “cor” que seguem fielmente.
Este seguidismo político “cego” é talvez o principal “pecado” que tem vindo a minar a nossa democracia. É bem visível nas chamadas “Comissões”, de ética ou de inquérito: se é do meu partido falou muito bem e disse a verdade; se é de outro partido falou muito mal e disse um chorrilho de mentiras. Foi levado ao extremo com os aplausos generalizados da bancada parlamentar do PS ao Deputado Ricardo Rodrigues, depois de este ter roubado (sem aspas) os gravadores a um jornalista que lhe fez perguntas incómodas: como é possível aplaudir e dar um voto de confiança a um representante do povo que acabava de dar uma machadada (também sem aspas) no estado de direito que diz defender?
Que remédio! Esta expressão popular aplica-se na perfeição às medidas de austeridade impostas pelo Governo português (e pala União Europeia). Não resta alternativa senão apertar o cinto, tanto mais que o estado das contas públicas portuguesas é tal que se torna mesmo imperioso que todos dêem o seu contributo. Mas, entre outras, algumas perguntas se impõem: até quando vão vigorar os cortes agora impostos? E, partindo do princípio que aí virá a bonança, que país vamos ter no futuro? Um país justo e igual, com mais “crescimento” para os que agora são mais afectados, ou um país onde persistam as gritantes e revoltantes desigualdades sociais?
Cidinha Campos. Este nome provavelmente não dirá muito a alguns dos nossos leitores. Trata-se de uma jornalista brasileira, de 67 anos, que enveredou pela política e nesta área tem vindo a impor-se na busca da verdade, com um estilo de intervenção muito próprio, trazendo à liça diversos casos de corrupção e apontando os nomes dos envolvidos. Em finais de Março tornou-se conhecida em todo o Mundo quando uma das suas acaloradas intervenções chegou às redes sociais: perante o silêncio das bancadas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Cidinha Campos apontou mais um caso de abuso de poder e favorecimento ilícito, juntando factos, provas e… nomes. Como diria a minha saudosa avó Céu: abençoada!
Que falta faz uma “Cidinha” em Portugal! Já aqui questionámos, aliás, sobre o que fazem os “bons políticos” face ao “estado” a que chegou o Estado português, onde grassam a corrupção, o compadrio e as desigualdades sociais. Não podemos nem devemos, há que frisá-lo, cair na tentação de colocar no mesmo saco todos os intérpretes da acção política. Seria o total descrédito! Além de injusto, porque há realmente políticos bons e que estão na política imbuídos dos mais nobres princípios que a devem nortear. Mas o que fazem? Que iniciativas desenvolvem? Que alternativas apresentam?
O que a prática nos diz sobre a acção da generalidade dos políticos (e dos partidos) não é animador: ora mudam de opinião (e acção), com autênticos “golpes de rins”, consoante estão no poder ou na oposição; ora não têm opinião, quando em “jogo” estão interesses pessoais ou do “grupo” a que pertencem; ora calam a sua opinião, quando em cima da mesa estão directrizes emanadas pela “cor” que seguem fielmente.
Este seguidismo político “cego” é talvez o principal “pecado” que tem vindo a minar a nossa democracia. É bem visível nas chamadas “Comissões”, de ética ou de inquérito: se é do meu partido falou muito bem e disse a verdade; se é de outro partido falou muito mal e disse um chorrilho de mentiras. Foi levado ao extremo com os aplausos generalizados da bancada parlamentar do PS ao Deputado Ricardo Rodrigues, depois de este ter roubado (sem aspas) os gravadores a um jornalista que lhe fez perguntas incómodas: como é possível aplaudir e dar um voto de confiança a um representante do povo que acabava de dar uma machadada (também sem aspas) no estado de direito que diz defender?
Que remédio! Esta expressão popular aplica-se na perfeição às medidas de austeridade impostas pelo Governo português (e pala União Europeia). Não resta alternativa senão apertar o cinto, tanto mais que o estado das contas públicas portuguesas é tal que se torna mesmo imperioso que todos dêem o seu contributo. Mas, entre outras, algumas perguntas se impõem: até quando vão vigorar os cortes agora impostos? E, partindo do princípio que aí virá a bonança, que país vamos ter no futuro? Um país justo e igual, com mais “crescimento” para os que agora são mais afectados, ou um país onde persistam as gritantes e revoltantes desigualdades sociais?
António José Ferreira
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