Portugal foi campeão no Euro 2012. Dos gastos! Só de hotel, a seleção
das quinas pagou 33.174 euros por noite, em contraponto com os vizinhos
espanhóis, campeões europeus e mundiais, que se quedaram pelos 4700. Diferença
colossal…
Conhecidos estes números, trazidos à liça pela “maldita” Comunicação
Social ainda antes da partida para Opalenica (Polónia), a Federação Portuguesa
de Futebol depressa veio esclarecer que essa despesa não onerava o Estado ou a
própria estrutura federativa, uma vez que as verbas provinham de receitas
relacionadas com a participação da seleção no Campeonato da Europa. Mas as
receitas angariadas teriam forçosamente de ser “queimadas” com a participação
no Euro? Ou, pelo contrário, poderiam ser canalizadas para outras áreas, entre
elas a formação de jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes ou para apoio
a Associações e Clubes verdadeiramente imbuídos do espírito formativo?
Vêm estas questões a propósito da chamada de atenção do vice-presidente
do Penelense, Carlos Fernandes, em entrevista concedida ao Região do Castelo, para a escassez de cursos de treinadores
promovidos pela Associação de Futebol de Coimbra. Reparo que nos mostra um
dirigente atento e virado para o futuro e que recusa falar de “formação” de
forma vã e meramente populista. Pugnar pela gradual formação dos técnicos
recrutados pelo clube, reconhecendo-lhes ao mesmo tempo mérito, dedicação e entusiasmo, é uma
“receita” que levará certamente ao sucesso.
António José Ferreira
1 comentário:
A F.P.F. não é diferente dos nossos governantes a todos os níveis: gastar para obter algum prestigio imaginário, esconder a realidade económica com uma ostentação superficial. Pergunta final: a pobreza mental e espiritual não é muito mais grave do que a material?
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