Em entrevistas concedidas ao Região do Castelo, os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Penela aceitaram o desafio no sentido de explanarem as ideias que têm para o concelho acerca de oito temas por nós propostos (aqueles que, em nosso entender, se assumem como mais importantes para o desenvolvimento do concelho e para a qualidade de vida das populações). Aqui ficam as respostas de Maria da Graça Pedrosa (CDU), Luís Matias (PSD) e Marc Ryon (CDS).
NOTA: aguardamos as respostas de Eduardo Nogueira dos Santos, candidato do PS, que serão publicadas logo que recebidas.
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Maria da
Graça Pedrosa
Candidata da
CDU
Emprego/Desemprego
- Dois aspetos de primordial importância para o desenvolvimento. Emprego é
um direito de qualquer cidadão. Sem emprego não há desenvolvimento, a população
não se fixa e não produz riqueza. Será grande preocupação da equipa da CDU,
concorrente às eleições autárquicas no concelho de Penela, trabalhar com a
população e junto do Poder Central (de quem depende a política de emprego) no
sentido de explorar as potencialidades do concelho para a criação de novos
postos de trabalho, alicerçados nessas potencialidades e sem desrespeitar as
características do meio e a identidade do seu povo. A vinha, o olival, a
floresta, o turismo são valências do concelho a explorar.
Juventude -
O envelhecimento da população do concelho de Penela é preocupante. Alterar esta
situação exige a mudança das políticas seguidas pelos Governos, quer do PS,
quer do PSD, quer do CDS, que em nada têm contribuído para o rejuvenescimento
da população. Isso só é possível: por uma política de emprego; pelo acesso a
apoios sociais; pela sustentação de uma rede pública de educação e ensino
próxima das populações e que responda às necessidades decorrentes do emprego da
família, muitas vezes fora do espaço concelhio; pela proximidade de serviços
públicos essenciais no dia a dia, como serviços de saúde, cultura, desporto,
transporte; pelo acesso fácil à habitação, com condições dignas. Apostar na
Juventude e criar, localmente, condições de emprego, habitação, ensino, saúde,
cultura, para que se sinta bem e se fixe, é imperativo.
Associativismo/Desporto
- Existem no concelho diversas associações, algumas com muitos anos de
experiência e de grande valor. Porém muito há por fazer. Grande parte destas associações
vão-se mantendo graças apenas à boa vontade e esforço de alguns dos seus
associados. Há que criar critérios claros de apoio e protocolos com a Câmara
Municipal e, ao mesmo tempo, procurar consciencializar as populações do valor
que pode ter uma associação no desenvolvimento da vida da comunidade e
incentivá-las a nelas participarem ativamente. O desenvolvimento do desporto é outra
área a que deve ser dispensada grande atenção. O concelho está dotado já de
alguns recursos. Devem, no entanto, ser melhorados e melhor rentabilizados na
formação física e desportiva da população de todo o concelho, particularmente de
todas as crianças e jovens, e durante todo o ano. O desporto de competição,
também importante, deve ser apoiado, mas sem prejuízo do desporto destinado a
todo o cidadão na perspetiva de «corpo são, mente sã».
Ação Social
- Não basta existirem gabinetes de apoio social. É preciso que existam
estruturas perto das populações que funcionem e deem resposta às suas
necessidades básicas, nomeadamente crianças, deficientes e idosos. Criar
condições de apoio à habitação, promover condições de locomoção e de acesso aos
serviços, proporcionar o acesso à cultura e ao bem estar são objetivos que
estão sempre bem presentes na ação dos candidatos da CDU.
Terceira
idade (nas mais diversas vertentes, entre elas o isolamento) - Nas últimas
décadas, graças às conquistas do 25 de Abril, com o desenvolvimento do Serviço
Nacional de Saúde aumentou a esperança de vida dos portugueses e,
consequentemente, o número de idosos. As medidas que têm sido tomadas na área
da Saúde e Segurança Social podem anular este progresso. Porém, as alterações
negativas impostas ao nosso povo - emigração, fuga para os maiores centros
populacionais à procura de melhores condições de vida, empregos distantes do
local da residência, horários de trabalho desarticulados - provocaram a
desertificação dos meios rurais ficando, muitas vezes, confinados a uma
população muito limitada, envelhecida e profundamente isolada. Geraram, também,
grandes dificuldades à família para apoiar os seus idosos que ficaram para
trás. Para obviar esses contratempos, surgiram lares e centros de dia mas, além
de insuficientes, muitos exigem avultadas verbas dos seus utentes e nem sempre oferecem
um tratamento de respeito pela identidade e individualidade de cada um. Mudar
este estado de coisas não depende somente da Câmara Municipal e/ou Juntas de
Freguesia, mas é dever destas estruturas fazerem o levantamento das
necessidades e, junto do Poder Central, diligenciar no sentido da sua
satisfação.
Saneamento/rede
de abastecimento de água - Para a CDU o saneamento e o abastecimento de
água são serviços de bem público que não devem ser alienados pelo Estado e
entregues a empresas privadas. Por isso, a todo o momento combateremos qualquer
pretensão nesse sentido e empenhar-nos-emos na melhoria dos serviços municipais
para que todo o concelho seja coberto por uma correta rede de saneamento e rede
de abastecimento de água.
Rede viária
- O concelho de Penela está atualmente rodeado por uma rede viária que deverá
fomentar o seu desenvolvimento económico. Contudo, isso não chega. A
autoestrada tem taxas de utilização elevadíssimas, afastando os utentes da sua
utilização. No interior do concelho os acessos e a rede de transportes públicos
é muito insuficiente. Existem povoações que se encontram isoladas por maus
acessos e pela falta de transportes públicos, inclusive para a sede do
concelho. Outras há que a ligação à sede do concelho resume-se ao transporte escolar,
que não existe durante o período de férias. Se queremos um concelho
desenvolvido temos que criar condições essenciais ao bem estar das populações e
a rede viária e os transportes públicos são fundamentais.
Intermunicipalismo
e relação com o poder central - Progresso e desenvolvimento exigem conhecimento,
comunicação, troca de ideias e cooperação. Assim, a ligação intermunicípios,
particularmente entre os mais próximos, é um dos objetivos da CDU. A CDU,
dentro dos princípios da justiça, da honestidade e da defesa da Constituição da
República Portuguesa nunca se furtará ao diálogo construtivo e a uma ação
conjunta que conduza ao progresso das populações.
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Luís Matias
Candidato do PSD
Emprego (desemprego) – Apesar da taxa de desemprego ser
inferior à média nacional, não deixaremos de estar atentos a este flagelo. No
que ao agravamento das condições sociais das famílias afetadas pelo desemprego
diz respeito, teremos de reforçar o papel do Gabinete de Ação Social e do
Gabinete de Inserção Profissional no acompanhamento destas famílias. Por outro
lado, no que se refere à política de apoio à empregabilidade e ao
empreendedorismo o Município deverá, através do GAICE, continuar a apoiar as
iniciativas empresariais que promovam a criação de emprego, a competitividade
ou a inovação, desde o negócio de baixo investimento até aos grandes projetos
empresariais. Deveremos, também, continuar a estimular os empreendedores, desde
a fase de capacitação até ao apoio técnico especializado na fase inicial de
arranque do negócio. O GAICE deve continuar a ter como prioridade a
atracão de investimentos para o Município, interagir com o sistema científico e
tecnológico para que jovens empreendedores se possam estabelecer nos nossos
habitats de acolhimento empresarial.
Juventude – A Juventude vai estar integrada no
pelouro da Juventude, Desporto e Associativismo. A política direcionada para a
juventude deverá ter como preocupação central a resolução de dois dos
principais problemas dos jovens - o desemprego e a habitação. O GAICE deverá
ser reorganizado na perspetiva de acompanhar e auxiliar os jovens na procura do
emprego. Deveremos, ainda, na medida das nossas prioridades financeiras
reestruturar o programa dedicado aos Jovens - Penela Jovem - designadamente na
sua fixação e enraizamento no concelho.
Associativismo/Desporto – Na área do Associativismo
deveremos consolidar a parceria com as Companhias de Teatro, Filarmónicas
e com todas as Associações Culturais e Recreativas, bem como os Clubes
Desportivos e reforçar o programa das academias de música com as duas
Filarmónicas do concelho. Continuar com o programa de parcerias e apoios
às associações do concelho, numa lógica de melhoria do funcionamento e
requalificação das instalações, com destaque para a reabilitação da Associação
Cultural e Recreativa de Podentes, que tem, já, projeto aprovado e
financiamento aprovado pelo Programa PRODER. No âmbito do Desporto
propomo-nos a desenvolver um Programa de atividades desportivas nos vários
níveis escolares e promoção de novas modalidades, aproveitando os equipamentos
desportivos municipais. Em colaboração com os promotores do investimento vamos
apostar na dinamização do Centro de Alto Rendimento da Serra da Lousã para
o BTT/Desportos de Montanha - More Bike Park - cuja construção se prevê iniciar
este verão e que permitirá atrair para o concelho provas desportivas nacionais
e internacionais.
Ação Social – A área da Ação Social vai encontrar-se integrada no pelouro da Ação Social, Saúde e Apoio Sénior. Neste segmento deveremos aplicar as conclusões no que se refere à Carta Social, provendo pela construção de um lar de idosos na Freguesia da Cumeeira, cujo projeto se encontra em fase final de conclusão.
Terceira Idade (nas mais
diversas vertentes, entre elas o isolamento) – Dinamizar o movimento da Bolsa de Voluntariado
e a Universidade Sénior e densificar rede de apoio ao domicílio em parceria com
a rede social.
Saneamento/rede de
abastecimento de água –
No que se refere ao saneamento e rede de abastecimento de água é importante
esclarecer que com a adesão do Município ao Sistema Multimunicipal de
Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais do Baixo Mondego-Bairrada e
com a concessão para a construção, exploração e gestão do Sistema à
"Águas do Mondego, S.A.", todos os investimentos nestas áreas
estão sob a alçada dessa empresa. Não obstante deve ser recordado que houve uma
significativa melhoria das condições e qualidade de abastecimento de água, bem
como a construção da nova ETAR. Vamos, naturalmente, reivindicar os investimentos
necessários para o reforço da rede de saneamento e a requalificação de rede de
abastecimento de água.
Rede viária – No último mandato foram
construídas a Estrada Municipal Alfafar-Podentes e Cerejeiras-Fetais Fundeiros,
reivindicadas há muitos anos. No próximo mandato deveremos garantir a
manutenção e melhoria de algumas estradas municipais bem como melhorar a
mobilidade no interior dos centros urbanos. A elaboração do estudo da variante
Venda dos Moinhos-Grocinas será uma prioridade.
Intermunicipalismo e
relação com o poder central – Os municípios devem assumir-se como agentes de
promoção do desenvolvimento económico, na captação de investimento, de atração
de empresas e negócios, na densificação das redes de cooperação e de afirmação
do território no espaço transfronteiriço. Essa assunção obriga a reforçar o
compromisso intermunicipal e à definição de estratégias e de planos de
desenvolvimento intermunicipais que devem acompanhar as apostas estratégicas
regionais e nacionais. O Município de Penela assume-se, hoje, como um dos
agentes mais interventivo e reconhecido no espaço sub-regional, que pode
reforçar a sua influência na estruturação e liderança das propostas
políticas para o território. A aposta na promoção da inovação e o
desenvolvimento de investigação em novas tecnologias, metodologias e aplicações
de modo a obter uma integração dos territórios de baixa densidade demográfica
num mundo global competitivo, permitindo assim o aparecimento de novos
serviços/produtos e oportunidades de negócio deve ser reforçada. As redes
de cooperação e estratégias de eficiência coletiva, onde o Município de Penela
está inserido (Rede das Aldeias do Xisto, o Eixo da Romanização Villa Sicó, o
Buy Nature e ainda a Rede de Castelos e Muralhas do Mondego) constituem um
outro paradigma de desenvolvimento que aporta a escala indispensável à
valorização dos aspetos diferenciadores do território, cujas dinâmicas são
geradoras de oportunidades para o aparecimento de novos negócios e,
consequentemente, contribuir para a fixação e o desenvolvimento de novas
atividades produtivas no nosso território. Esta dinâmica permitir-nos-á a
afirmação de Penela num contexto regional e nacional e reforçar a nossa
capacidade negocial junto dos parceiros e da tutela.
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Marc Ryon
Candidato do CDS-PP
Emprego (desemprego) - Ser da direita implica imperativamente a
dedicação incondicional ao bem-estar da Nação e aos seus componentes que são as
famílias e as pessoas. É intolerável saber que exista uma única pessoa com
vontade de trabalhar que não encontre emprego. É insuportável saber que um
cidadão capaz de sustentar a sua família mediante o trabalho, não tenha esta
oportunidade e seja degradado até ao nível de um mero dependente de subsídios,
favores e esmolas. Isto não é nada mais do que um verdadeiro martírio físico e
psíquico. Confrontados com este drama, devemos sair dos discursos cheios de
clichés sobre investimentos que vamos atrair, os empreendedores que vamos
estimular e as formações que vamos dar. Já chega de blá-blá-blá
pseudoacadémico! O desempregado não precisa de mais chupa-chupas para aguentar
ainda mais um tempinho; necessita de um “job” real já e agora. Neste contexto,
podemos talvez dizer “felizmente que Penela tem uma população pequena” porque
acho possível tratar cada caso individualmente de maneira personalizada. Assim,
proponho que cada um dos cinco membros do Executivo, o presidente e os quatro
vereadores, apadrinhe pessoalmente 1/5 dos dossiês dos desempregados e assuma
segui-los dia após dia até encontrar uma solução. O papel técnico dos Gabinetes
de Apoio existentes deve evidentemente continuar, mas suportado pelo empenho
pessoal dos cinco executivos: sim, isto seria mesmo uma iniciativa que
honorificaria Penela. Já entrou nos hábitos a organização de Feiras do Emprego
onde as empresas podem apresentar as vagas que têm e indicar o tipo de pessoal
que necessitam. Recentemente, no país vizinho, tive conhecimento de uma
iniciativa alternativa que nos pode inspirar: a Feira do Desempregado. Um
evento deste género proporciona um convite ao desempregado para sair da sua
situação de vergonha e dar um passo à frente, apresentando o seu currículo,
habilidades e potencialidades em público, aos empresários visitantes
interessados.
Juventude - Foi notável que, em diversas entrevistas,
os jovens/adolescentes consideram Penela uma vila algo aborrecida. Temos de
estar atentos a isso: o aborrecimento pode conduzir a comportamentos menos
desejáveis. No entanto, este país está repleto de jovens interessantes a todos
os níveis: na música, nas artes gráficas, na literatura, na ciência mas também
aventureiros, “globetrotters”, desportistas, deficientes, ex-toxicodependentes,
emigrantes e imigrantes. A muitos deles falta um palco para se exteriorizarem,
Penela tem infraestruturas condignas que podem proporcionar um intercâmbio
saudável numa base regular. Comparar e analisar experiências e diferenças é
sempre enriquecedor. Por outro lado, para os jovens/adultos que já entraram na
vida ativa ou criaram uma família, o que temos de fazer é muito claro:
facilitar o seu acesso à habitação e ao mercado do trabalho. Numa sociedade
como a portuguesa, com forte sentido solidário, será talvez possível implantar
um sistema de coabitação entre jovens e idosos, sendo proveitoso para estas
duas classes etárias.
Associativismo/Desporto
- Mesmo
nestes tempos de penúria devemos manter os apoios existentes a todos os agentes
da vida associativa. É evidente que, no que diz respeito às associações com
vocação cultural, iremos apoiar todas as suas atividades e incentivá-las a
multiplicá-las. Na minha opção todas as manifestações de cultura, sejam música,
teatro, artes gráficas, literatura, etc., devem ter prioridade absoluta sobre
festas e, se necessário, em caso extremo, ser financiadas à custa destas. Na
minha juventude fui praticante de várias das modalidades referidas e conheço
bem o seu valor para o enriquecimento cultural da comunidade. Devemos oferecer
a estes penelenses a possibilidade de constatar, “in loco”, o que se faz fora
do concelho e por isso devemos criar condições que lhes permitam viajar mais:
assistir a uma ópera no Teatro de São Carlos, um concerto na Casa da Música ou
visitar uma exposição no CCB ou na Fundação de Serralves. Em relação ao desporto,
a nossa preocupação principal deve estar sempre concentrada na prática efetiva
de atividades físicas pela população – incluindo crianças, jovens, adultos e
seniores - e só em segundo lugar na organização de espetáculos: ver desporto
pode ser agradável mas praticar é inegavelmente muito mais saudável. Neste
contexto, concordo com todo o apoio possível ao desporto amador e é uma tarefa
da Câmara facilitar a implantação de outras modalidades que podem mobilizar
mais pessoas e que podem ainda mais rentabilizar as infraestruturas existentes.
Ação Social - Nos meados de julho 2013, o ministro
Pedro Mota Soares, do CDS/PP, anunciou que mudou a Lei no sentido de garantir
que as autarquias pudessem receber do Estado verbas para trabalharem melhor na
inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A administração
pública local fica, assim, com acesso ao programa de apoio especial, que
permite a aquisição de equipamentos e eliminação de barreiras arquitetónicas.
As comparticipações estatais a lares, creches, centros de dia e outras
instituições sociais vão aumentar com 13,6 milhões de euros em 2014. Competirá
à nossa autarquia analisar e interpretar a nova Lei, a fim de aproveitar ao
máximo em prol dos que necessitam de apoio social.
Terceira Idade (nas mais
diversas vertentes, entre elas o isolamento) - Devemos distinguir a terceira idade da
quarta: na terceira idade encontramos um grupo de pessoas que têm, grosso modo,
entre 55-70 anos e que prosseguem com uma vida ativa, mesmo após a reforma.
Para estas pessoas devemos esforçar-nos para que possam ficar o mais tempo
possível na sua casa, no seu ambiente habitual, no seu enquadramento familiar e
social. No que diz respeito ao grupo de pessoas mais velhas, com doença crónica
ou muito debilitados, o ideal é receber assistência, também permanecendo no seu
lar de sempre; todavia, na impossibilidade disto acontecer, devemos recorrer a
lares especializados. No meu programa irei concretizar propostas para criar
sistemas de apoio suplementares às famílias que cuidam dos seus familiares
idosos, para criar formas de coabitação entre jovens e idosos e para humanizar
alguns aspetos dos lares de terceira idade. Combateremos a solidão e o
isolamento com medidas efetivas baseadas no voluntariado organizado. Sendo uma grande
percentagem da população de idade avançada, parece-me útil procurar uma solução
para a falta de urgências médicas noturnas.
Saneamento/Rede de
abastecimento de água - Há pouca coisa para dizer sobre este assunto, uma vez
que são dois pilares elementares da saúde pública: caracterizam uma sociedade
civilizada. A adesão de Penela ao Sistema Multimunicipal muda evidentemente as
regras do jogo, mas nunca pode servir de alibi para atrasos na implementação
destes serviços básicos. É de lamentar que algumas populações (Vendas de
Podentes) tenham sido intencionalmente ignoradas no momento da instalação de
novas ligações à rede de saneamento e é também de deplorar que foram feitos
investimentos vistosos no detrimento da ampliação das duas redes referidas.
Rede viária - Neste momento chega de betão. A nossa
primeira preocupação deve ser a manutenção de uma rede viária segura e em bom
estado em todos os recantos do concelho. Devemos incrementar a rapidez da nossa
força de intervenção quando surgem situações problemáticas. Repito: devemos dar
prioridade à segurança e não à velocidade. Gasta-se milhões em autoestradas de
luxo (porque são), mas entretanto o cidadão na estrada normal estraga a
suspensão do seu carro em buracos que demoram meses a ser reparados, existem
semáforos que não funcionam grande parte do tempo e frequentemente obras são
deficientemente assinaladas. Estou consciente que a Câmara não é sempre a
responsável direta, mas creio que uma intervenção mais enérgica da mesma
resolveria muitos problemas. O facto de a maior parte do trânsito
Tomar-Condeixa continua a passar pela Estrada Nacional não precisa de
comentários…
Intermunicipalismo e relação com o poder central - Portugal tem um atraso na eliminação (fusão) de pequenas entidades abaixo do nível de concelho, como também tem na criação de estruturas maiores acima do nível dos mesmos, concretamente na formação de comunidades intermunicipais, uma evolução não adiável e indispensável. Um intermunicipalismo bem sucedido não só irá racionalizar o funcionamento de muitos serviços, permitir intervenções a maior escala, como reduzir as despesas. Claro que devemos contar com o surgimento de oposição da parte de alguns interesses instalados e o público deverá ser muito bem esclarecido a fim de não cair na tentação de confundir hábitos enferrujados com a qualidade e eficácia dos serviços. A legislação existente regula as relações entre os municípios e o poder central, mas não tem grande resposta para o facto de os responsáveis de ambos os lados continuarem a pensar e agir instintivamente como membros de um partido e não como representantes de um povo inteiro ou de uma população inteira.
António José Ferreira
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