Enquanto o Governo apresentava o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) como um grande desígnio nacional, pedindo (mais uma vez) o esforço e a compreensão dos portugueses, alguns órgãos de comunicação social traziam à liça os faustosos vencimentos e prémios dos gestores públicos. Como diz o povo, “não joga a bota com a perdigota”. Afinal a “crise” não é para todos…
Os valores apresentados são uma afronta ao comum do cidadão nacional; são uma afronta aos milhares de reformados que vivem com pouco mais de 300 euros mensais, depois de uma vida de trabalho, alguns deles não chegando mesmo à casa dos 200 euros (ainda há dias um estudo revelava que muitos idosos não tomam os medicamentos que lhes são prescritos por falta de dinheiro…); são uma afronta aos milhares de portugueses que têm os vencimentos congelados, na melhor das hipóteses até 2011; são uma afronta aos milhares de trabalhadores que recebem o “ordenado mínimo”, ou pouco mais, apesar de cada vez lhes serem “pedidos” horários mais “flexíveis” e funções mais “polivalentes”, ao abrigo do vigente “Código do Trabalho”, também ele apresentado, há cerca de cinco anos, para tornar as empresas mais competitivas de modo a fazer face à crise (já então) existente; são uma afronta às famílias que vêem congelados até 2013 os aumentos do “Abono de Família”; são, em suma, uma afronta à democracia (seja ela o que for, afinal, uma vez que permite tanta desigualdade e tanta injustiça social, permite que tantos portugueses vivam mal, com tão pouco, enquanto uma pequena “meia dúzia” leva quase tudo – não era assim nos tempos de má memória que, felizmente, já lá vão há mais de 35 anos?).
Basta!
Apenas alguns exemplos: em remuneração fixa mais prémios, Zeinal Bava, presidente da comissão executiva do Grupo PT, ganha por dia 6905 euros (sim, 6905 euros); Henrique Granadeiro, presidente do conselho de administração do Grupo PT, ganha por dia 4575 euros; Rui Pedro Soares, ex-administrador do Grupo PT, ganhava por dia 4200 euros; Jorge Coelho, administrador executivo do Grupo Mota-Engil, ganha por dia 1917 euros; Ana Maria Fernandes, administradora executiva da EDP Renováveis, ganha por dia 676 euros; José Penedos, ex-presidente executivo da REN, apresta-se para receber cerca de 250 mil euros de prémios referentes ao ano de 2009 (o que dá, só em prémios, uma média diária de 685 euros).
Coloquemos agora estes valores ao lado do que recebe um reformado no escalão mais baixo (não chega a 10 euros por dia) ou um trabalhador que ganha apenas o ordenado mínimo (cerca de 15 euros diários). Esta disparidade é desumana! É imoral! É perversa!
Basta!
“Money for the boys!”. O Ministro das Finanças surpreendeu o plenário da Assembleia da República com esta expressão, em resposta à proposta de virem a ser pagos salários aos presidentes de Junta. Concorde-se ou não com esta possibilidade e à parte a deselegância com que se referiu a centenas de homens e mulheres que estão na política com espírito de missão e paixão pelas suas freguesias, não deixa de ser estranho que Teixeira dos Santos considere escandalosa uma verba de cinco milhões de euros para repartir por tantos autarcas e não abra a boca perante o milhão e meio de euros auferido por Rui Pedro Soares em 2009, esse sim, ao que tudo indica, um “boy” ao serviço dos intentos do Primeiro-Ministro José Sócrates…
Basta!
Acreditando piamente haver quem esteja na política imbuído dos nobres princípios que lhe estão inerentes, entre outros o bem-estar e a prosperidade do “grupo”, portanto de todos, já aqui questionámos sobre o que fazem os “bons políticos” para alterar o triste rumo que tomou o nosso país, como resultado das más políticas e da acção dos… maus políticos. Deputados, autarcas, dirigentes partidários, sindicalistas, sem esquecer o Senhor Presidente da República, todos devem erguer a sua voz, bem alto, contra o actual estado de coisas, e sobretudo contra as mordomias destinadas a uma pequena minoria (ao passo que as dificuldades são para todos os outros). Ainda que esta situação advenha dos “pecados” dos partidos e do sistema partidário em que assenta a nossa democracia, devem fazê-lo. Não o fazendo, serão coniventes com este autêntico escândalo nacional.
Basta!
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Jantar de Homenagem a Adriano Júlio
Participe!
Homenagear o Amigo, o Homem, o Penelense.
Foi este o principal propósito que esteve na génese da homenagem a Adriano Júlio, organizada em parceria por Região do Castelo, Clube Desportivo e Recreativo Penelense, Sociedade Filarmónica Penelense e Amigos do homenageado.
A amizade, o companheirismo, a solidariedade, mas sobretudo a paixão de Adriano Júlio pela sua terra, Penela, justificam plenamente este momento eivado de simbolismo. Para nós, Região do Castelo, bem como certamente para todos os presentes no jantar, será também um momento de muita alegria, por homenagearmos o “Sr. Adriano”, alguém para quem olhamos como um misto de “grande companheiro” e de “referência de saber e de experiência”.
Participe!
António José Ferreira
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