Trabalhar para ganhar…
“Mas será que neste país anda tudo doido?”. Esta frase, com que pusemos termo ao Editorial da edição passada, motivou um email de um leitor a insurgir-se contra a dureza das nossas palavras. Não afirmámos que anda tudo doido, apenas deixámos a questão no ar perante algumas decisões com que nos vamos deparando. Decisões, passe o pleonasmo, de quem tem o poder de decidir. Em causa estava o chorudo “prémio” de 720 mil euros (leu bem, o leitor: 720 mil euros) com que foi “agraciado” o seleccionador Carlos Queiroz por ter levado a Selecção Nacional aos oitavos-de-final do Mundial de Futebol (e não aos quartos-de-final, como por lapso então escrevíamos, o que aumenta a nossa estranheza por se premiar tanto tão parcos objectivos).
O mesmo leitor interrogava-se quanto à pertinência, em plena crise mundial, que tanto se repercute a diversos níveis no nosso dia-a-dia, de serem dedicados dois editoriais seguidos ao desporto-rei e às incidências que o envolvem. Caro Leitor, não era só de futebol que falávamos (muitos dos “pecados” da nossa selecção são extensíveis a toda a actividade do país). Era também, e sobretudo, de organização, de atitude, de liderança, de confiança. Ou da falta delas. Era também, e sobretudo, de trabalho. Ou da falta dele. Não se pense que a nossa vizinha Espanha ganhou por acaso (não se pense, de uma forma mais genérica, que se ganha por acaso). Ganhou porque trabalhou (trabalha) mais e melhor; ganhou porque tem mais e melhores condições de trabalho; ganhou, também, porque acreditou mais. E não só no futebol. Veja-se, entre outros, o exemplo do ténis e do basquetebol, modalidades com mais especificidades e minuciosidade nos pormenores, e que não se jogam “em qualquer lado”, mas nas quais os espanhóis também estão na frente e também conseguiram ser os melhores do Mundo.
Por cá trabalha-se menos (treina-se menos, para utilizar um termo mais condizente com o desporto). Não se “fazem” campeões treinando duas vezes por semana (fazem-se treinando cinco e seis vezes); não se “fazem” campeões realizando treinos de uma hora (fazem-se realizando sessões de treino mais prolongadas e, logo, mais intensas); não se “fazem” campeões trabalhando de forma empírica e pouco avalizada (fazem-se enquadrando os jovens com técnicos conhecedores e ávidos de mais conhecimento) - recordamos sempre frases célebres de Teotónio Lima (“Quem deixou de aprender deve deixar de ensinar”) e de Alberto Martins (“Pior do que não ensinar é ensinar mal”).
Cabe ao poder central e sobretudo local um papel muito importante na criação de infra-estruturas de apoio à prática desportiva. Nunca são demais, é certo, mas as autarquias, de uma forma geral, têm-no feito. A de Penela também. Incongruente é o facto de muitos desses espaços ficarem depois “às moscas”, ou pelo menos com espaços “mortos”, quando deviam estar a “abarrotar” de jovens (e adultos) a praticarem desporto. São inúmeros os exemplos do que acabámos de afirmar. Concretizemos, para que não pareça um “recado”: também em Penela, na peugada do excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Clube Desportivo e Recreativo Penelense, com apoio do Gabinete de Desporto da Câmara Municipal de Penela, há muito trabalho a fazer em termos de prática desportiva ou, dito de outra forma, mais consistente, de formação desportiva.
“Mas será que neste país anda tudo doido?”. Esta frase, com que pusemos termo ao Editorial da edição passada, motivou um email de um leitor a insurgir-se contra a dureza das nossas palavras. Não afirmámos que anda tudo doido, apenas deixámos a questão no ar perante algumas decisões com que nos vamos deparando. Decisões, passe o pleonasmo, de quem tem o poder de decidir. Em causa estava o chorudo “prémio” de 720 mil euros (leu bem, o leitor: 720 mil euros) com que foi “agraciado” o seleccionador Carlos Queiroz por ter levado a Selecção Nacional aos oitavos-de-final do Mundial de Futebol (e não aos quartos-de-final, como por lapso então escrevíamos, o que aumenta a nossa estranheza por se premiar tanto tão parcos objectivos).
O mesmo leitor interrogava-se quanto à pertinência, em plena crise mundial, que tanto se repercute a diversos níveis no nosso dia-a-dia, de serem dedicados dois editoriais seguidos ao desporto-rei e às incidências que o envolvem. Caro Leitor, não era só de futebol que falávamos (muitos dos “pecados” da nossa selecção são extensíveis a toda a actividade do país). Era também, e sobretudo, de organização, de atitude, de liderança, de confiança. Ou da falta delas. Era também, e sobretudo, de trabalho. Ou da falta dele. Não se pense que a nossa vizinha Espanha ganhou por acaso (não se pense, de uma forma mais genérica, que se ganha por acaso). Ganhou porque trabalhou (trabalha) mais e melhor; ganhou porque tem mais e melhores condições de trabalho; ganhou, também, porque acreditou mais. E não só no futebol. Veja-se, entre outros, o exemplo do ténis e do basquetebol, modalidades com mais especificidades e minuciosidade nos pormenores, e que não se jogam “em qualquer lado”, mas nas quais os espanhóis também estão na frente e também conseguiram ser os melhores do Mundo.
Por cá trabalha-se menos (treina-se menos, para utilizar um termo mais condizente com o desporto). Não se “fazem” campeões treinando duas vezes por semana (fazem-se treinando cinco e seis vezes); não se “fazem” campeões realizando treinos de uma hora (fazem-se realizando sessões de treino mais prolongadas e, logo, mais intensas); não se “fazem” campeões trabalhando de forma empírica e pouco avalizada (fazem-se enquadrando os jovens com técnicos conhecedores e ávidos de mais conhecimento) - recordamos sempre frases célebres de Teotónio Lima (“Quem deixou de aprender deve deixar de ensinar”) e de Alberto Martins (“Pior do que não ensinar é ensinar mal”).
Cabe ao poder central e sobretudo local um papel muito importante na criação de infra-estruturas de apoio à prática desportiva. Nunca são demais, é certo, mas as autarquias, de uma forma geral, têm-no feito. A de Penela também. Incongruente é o facto de muitos desses espaços ficarem depois “às moscas”, ou pelo menos com espaços “mortos”, quando deviam estar a “abarrotar” de jovens (e adultos) a praticarem desporto. São inúmeros os exemplos do que acabámos de afirmar. Concretizemos, para que não pareça um “recado”: também em Penela, na peugada do excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Clube Desportivo e Recreativo Penelense, com apoio do Gabinete de Desporto da Câmara Municipal de Penela, há muito trabalho a fazer em termos de prática desportiva ou, dito de outra forma, mais consistente, de formação desportiva.
António José Ferreira
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