quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Editorial

Promessa eleitoral: combater as desigualdades

Há cerca de um milhão de portugueses que vive com 300 euros por mês. Ou menos. Esta constatação, que surgiu timidamente durante a presente campanha para as Eleições Legislativas, por entre o TGV, os espanhóis, as escutas telefónicas, a asfixia democrática, as coligações, deveria ser, daqui para a frente, o tema central; e deveria ser, depois, na governação (e na oposição), o mote para o caminho a seguir. Porque, entre outras, esta situação configura o maior “erro” pós-25 de Abril, que manteve e agravou as desigualdades e as injustiças sociais vindas de outros tempos. Sabemos que esta é uma “correcção” que não se faz de um dia para o outro, nem cedemos à tentação demagógica de pensar que, amanhã ou depois, todos podem ter salários iguais ou parecidos. Mas podemos exigir que essa preocupação de reduzir o fosso entre ricos e pobres conste nos programas dos diversos partidos, para ser implementada a longo prazo. Para que, amanhã, aqueles que hoje tanto trabalham possam viver condignamente; e para que a qualidade de vida não seja apenas para alguns, poucos, que “açambarcam” grande parte da riqueza disponível (não esqueçamos que ainda há bem pouco tempo veio a público o “fascinante” número que deu conta de que um conhecido gestor publico auferiu, no ano de 2008, vencimentos na ordem dos 816 mil euros – esta diferença, e tomando só este exemplo e não outros mais gritantes, significa que no chamado “Portugal de Abril”, há portugueses de “1.ª” e portugueses de “194.ª”…). Desculpem se estes não são os temas principais da campanha…

Penela está em festa. Empreendedora e de portas abertas. E reforçando o orgulho naquilo que é seu. Do programa do S. Miguel 2009, que engloba a FAGRIP e a tradicional Feira das Nozes, destaque para a divulgação e defesa do que é da terra, os produtos endógenos, os jovens, os músicos, as gentes… Chapeau!

O Região do Castelo cá está, pretendendo enquadrar-se precisamente nesse espírito. Com enormes dificuldades, aos “empurrões”, com avanços e recuos, mas imbuído, tal como na sua génese, da ideia principal de divulgar o concelho e as suas gentes. Os leitores, sobretudo aqueles que connosco estiveram desde a primeira hora, merecem e justificam que “aqui” estejamos, com redobrado empenho e com os olhos no futuro.

António José Ferreira

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