Portugal vai a votos no próximo dia 7 de Junho, na primeira de três eleições reservadas para o ano de 2009. As eleições para o Parlamento Europeu são as primeiras, perto do início do Verão, talvez um motivo “a calhar” para o alheamento que os portugueses, habitualmente, dispensam a este tipo de acto eleitoral. Porque não percebem bem o que é discutido em Bruxelas ou em Estrasburgo, porque têm coisas mais importantes a fazer num domingo que se espera solarengo, ou porque pura e simplesmente “se estão nas tintas” para a política (e para os políticos). Compreende-se, porque na realidade a politica (e os políticos) pouco têm trazido de bom à pessoa comum. Basta ver o “estado” a que chegou o Estado português; basta sentir o desencanto com que vivem hoje milhares e milhares de portugueses, depois de tempos de esperança trazidos por uma Revolução que rapidamente murchou, basta olhar para algumas leis que chegam “lá de fora”, difíceis de compreender, em muitos casos, mas que condicionam, e de que maneira, o dia-a-dia do “Zé Povinho” (os agricultores que o digam). Mas se é a politica (e os políticos) que determina o nosso dia-a-dia, o nosso bem-estar, as nossas oportunidades, terá sentido não exercer um direito que nos assiste e através do qual podemos dizer bem alto que não queremos mais o actual estado de coisas? Que não queremos mais o desemprego ou o emprego só para alguns, nomeadamente para aqueles que têm um cartão que por acaso é da cor de quem tem poder de decisão; que não queremos mais o caos na justiça, onde uns comem pela “medida grande” e outros parecem imunes a toda e qualquer “artimanha”; que não queremos mais o clima de “guerrilha” na Educação, que pouco contribui para a cabal formação dos nossos estudantes; que não queremos mais o poderio dos Bancos, que “sufocam” empresas e particulares, mas que vão a correr pedir benesses, pagas por todos nós, quando as coisas lhes correm mal; que não queremos mais a desigualdade na Saúde, onde nem todos conseguem obter com a celeridade justificada alguns cuidados básicos (apesar de a Constituição os consagrar). Que não queremos, ainda, quando tantos sacrifícios são pedidos àqueles que pouco têm, que os nossos partidos políticos gastem “rios” de dinheiro na política espectáculo, que embala o povo mas pouco o informa.
Encontrarão alguns algum exagero nestas palavras. Dirão que há políticos bons, sérios e honestos e que fogem ao quadro negro aqui traçado; que servem através da política ao invés de se servirem da política; que se preocupam com a qualidade de vida dos cidadãos. Concordo que há. Votemos neles…
António José Ferreira
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