Um novo rumo…
Referimo-nos em editorial anterior à necessidade de um “voto de mudança”. Não pretendemos dar a estas palavras uma conotação partidária, pois o que defendemos não tem a ver com o partido A ou com o partido B, mas sim com a necessidade de se proceder, no nosso país, a uma urgente reformulação nas políticas, que conduzam a um novo rumo para Portugal. Nas recentes eleições europeias, os portugueses demonstraram que querem essa mudança, não por via do exercício do direito de voto mas pelo alheamento em relação ao acto democrático que constitui uma eleição. Não participar não será porventura o melhor caminho, mas é inegável que funciona como um “cartão amarelo” (a “fugir” para o “vermelho”) em relação ao actual estado da Justiça, da Educação, da Saúde, entre outros sectores importantes e vitais na sociedade portuguesa, além de deixar claro que o povo não quer mais as desigualdades e as injustiças, afinal tão semelhantes em relação ao tempo da “outra senhora” (esta realidade é estranha, mas verifica-se aqui e ali…).
Se é urgente uma definição de novas políticas, urge de igual modo o aparecimento de novos políticos (a renovação que defendemos não tem a ver com a idade, mas sim com a introdução de outras pessoas, com novos valores e ideias, que tragam credibilidade à vida pública e, com ela, a esperança e a confiança perdidas pelo comum do cidadão – se possível pessoas com experiência de vida, académica mas também profissional, e não “carreiristas” cuja principal marca do currículo é terem pertencido a uma qualquer “jota”...).
São os políticos que, tantas vezes, descredibilizam a própria actividade que abraçaram para uma vida. Não precisaríamos de ir muito longe para encontrar exemplos que justifiquem a afirmação atrás produzida. Basta olhar para a recente transformação na atitude do nosso primeiro-ministro, de auto-intitulado “animal feroz” a político que sabe ouvir e dialogar. Os recuos na política que desenvolve, motivados pelo desaire eleitoral, não são fáceis de explicar, nem de entender (se o do TGV acaba por ser mais facilmente admissível, até porque eram muitas as vozes contra tão arrojada empreitada, já o anúncio de que, afinal, o sistema de avaliação da carreira docente já não entra em vigor no próximo ano lectivo configura uma decisão de puro eleitoralismo e que roça a “brincadeira” com a Educação, com os alunos, com os professores…). Trata-se, em suma, de mais um claro exemplo de como são os políticos que conduzem ao descrédito da política e à desconfiança com que cada vez mais portugueses olham para a actividade que desenvolvem.
Junto outros exemplos, deixando-vos com três “pérolas” veiculadas pelos noticiários televisivos: numa audição no Parlamento, o Dr. Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, enquanto era “apertado” pelos deputados de quase todos os quadrantes políticos, afirmou ser desumano estar oito, nove e dez horas a prestar declarações. Não deixa de ter razão, o Dr. Vítor Constâncio. Mas devia lembrar-se que, em Portugal, há milhares e milhares de portugueses, em empresas privadas e públicas (repita-se, públicas), que trabalham oito, nove, dez e mais horas seguidas, tantas vezes em condições de trabalho precárias e desumanas, e que ao fim do mês levam para casa um salário cinquenta vezes inferior ao do Sr. Governador; igualmente numa audição perante deputados da nação, na Assembleia da República, o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou que a supervisão do Banco de Portugal não serve para descobrir crimes. Apetece perguntar: então para que serve? Claro que a supervisão do Banco de Portugal tinha obrigação de descobrir, em tempo útil, os crimes (e parece não haver dúvidas de que é disso que se trata) perpetuados no BPN e no BP. Mais uma vez são os contribuintes que vão pagar. E, além disso, são os contribuintes que vão ficar privados de todas as obras e benefícios que as quantias avultadas gastas para “salvar” estas instituições lhes poderiam proporcionar. No caso do Cristiano Ronaldo logo houve quem se apressasse a dar conta das obras que poderiam ser feitas com os 94 milhões envolvidos na transferência. E o que poderia ser feito com os milhões gastos na “restauração” do BPN (e provavelmente no BP), além daqueles que todos os anos são esbanjados com as frequentes derrapagens? Quantas obras poderiam e deveriam ser feitas com os milhões desviados em mais estas fraudes (repetimos que parece não haver dúvidas de que é disso que se trata); o Dr. Basílio Horta, presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), defendendo a importância do TGV para o transporte de mercadorias e para o crescimento do Porto de Sines, bem como para o reforço do transporte de passageiros e ligação à Europa, afirmou que os espanhóis não vão querer atravessar a fronteira para Portugal e viajar em comboios do século passado. Ora, convém lembrar ao presidente da AICEP que há milhões de portugueses que, diariamente, viajam em “comboios do século passado” (e, pior, em sistemas de cantonamento do século passado), porque ao longo dos anos não foi feito no Caminho de Ferro o investimento que agora se pretende fazer no TGV. Basta ir aqui ao lado, ao Ramal da Lousã, para se perceber quão ilógica é a construção do TGV em Portugal sem que antes se façam os investimentos necessários para servir bem as populações. No caso do Ramal da Lousã, e ainda que seja tarde para semelhante opinião, não cremos serem precisos grandes primados de engenharia para se ter chegado à solução mais correcta e viável e que melhor serviria os milhares de utentes diários: a renovação e electrificação da linha, mantendo-se a exploração pela CP. Tal como já aqui escrevemos, há bons exemplos de como com o indispensável investimento, a CP consegue prestar um bom serviço aos seus utentes.
Em Monsanto, a Casa do Concelho de Penela em Lisboa reuniu conterrâneos de diversos pontos do país, em mais uma demonstração de orgulho em ser penelense. Em tempos difíceis, que hoje perduram mas apesar de tudo bem menos amargos em relação àquela época, foram muitos os que “debandaram” em busca de uma vida melhor. As raízes e o vínculo à terra natal, no entanto, mantiveram-se, quiçá reforçaram-se, sendo este convívio um momento de excelência para rever velhos amigos e reforçar laços de fraternidade, tão importantes ontem como hoje.
Culminando uma excelente época, os Infantis da Casa do Povo de Miranda do Corvo juntaram a vitória no Campeonato à que já haviam garantido na Taça Distrital. Êxitos que reflectem o trabalho realizado pelo grupo, mas também, e sobretudo, por todo o clube. Um clube que tem vida e estrutura próprias, e que deve servir de exemplo para outros que dão ainda mostras de falta de organização e de dependência em relação, por exemplo, aos poderes autárquicos. É certo que o papel das autarquias é fundamental na promoção do desporto, mas devem ser os próprios clubes a organizarem-se e, de mote próprio, a darem passos no sentido da excelência no trabalho desenvolvido, sem estarem permanentemente à espera que as coisas apareçam feitas.
Referimo-nos em editorial anterior à necessidade de um “voto de mudança”. Não pretendemos dar a estas palavras uma conotação partidária, pois o que defendemos não tem a ver com o partido A ou com o partido B, mas sim com a necessidade de se proceder, no nosso país, a uma urgente reformulação nas políticas, que conduzam a um novo rumo para Portugal. Nas recentes eleições europeias, os portugueses demonstraram que querem essa mudança, não por via do exercício do direito de voto mas pelo alheamento em relação ao acto democrático que constitui uma eleição. Não participar não será porventura o melhor caminho, mas é inegável que funciona como um “cartão amarelo” (a “fugir” para o “vermelho”) em relação ao actual estado da Justiça, da Educação, da Saúde, entre outros sectores importantes e vitais na sociedade portuguesa, além de deixar claro que o povo não quer mais as desigualdades e as injustiças, afinal tão semelhantes em relação ao tempo da “outra senhora” (esta realidade é estranha, mas verifica-se aqui e ali…).
Se é urgente uma definição de novas políticas, urge de igual modo o aparecimento de novos políticos (a renovação que defendemos não tem a ver com a idade, mas sim com a introdução de outras pessoas, com novos valores e ideias, que tragam credibilidade à vida pública e, com ela, a esperança e a confiança perdidas pelo comum do cidadão – se possível pessoas com experiência de vida, académica mas também profissional, e não “carreiristas” cuja principal marca do currículo é terem pertencido a uma qualquer “jota”...).
São os políticos que, tantas vezes, descredibilizam a própria actividade que abraçaram para uma vida. Não precisaríamos de ir muito longe para encontrar exemplos que justifiquem a afirmação atrás produzida. Basta olhar para a recente transformação na atitude do nosso primeiro-ministro, de auto-intitulado “animal feroz” a político que sabe ouvir e dialogar. Os recuos na política que desenvolve, motivados pelo desaire eleitoral, não são fáceis de explicar, nem de entender (se o do TGV acaba por ser mais facilmente admissível, até porque eram muitas as vozes contra tão arrojada empreitada, já o anúncio de que, afinal, o sistema de avaliação da carreira docente já não entra em vigor no próximo ano lectivo configura uma decisão de puro eleitoralismo e que roça a “brincadeira” com a Educação, com os alunos, com os professores…). Trata-se, em suma, de mais um claro exemplo de como são os políticos que conduzem ao descrédito da política e à desconfiança com que cada vez mais portugueses olham para a actividade que desenvolvem.
Junto outros exemplos, deixando-vos com três “pérolas” veiculadas pelos noticiários televisivos: numa audição no Parlamento, o Dr. Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, enquanto era “apertado” pelos deputados de quase todos os quadrantes políticos, afirmou ser desumano estar oito, nove e dez horas a prestar declarações. Não deixa de ter razão, o Dr. Vítor Constâncio. Mas devia lembrar-se que, em Portugal, há milhares e milhares de portugueses, em empresas privadas e públicas (repita-se, públicas), que trabalham oito, nove, dez e mais horas seguidas, tantas vezes em condições de trabalho precárias e desumanas, e que ao fim do mês levam para casa um salário cinquenta vezes inferior ao do Sr. Governador; igualmente numa audição perante deputados da nação, na Assembleia da República, o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou que a supervisão do Banco de Portugal não serve para descobrir crimes. Apetece perguntar: então para que serve? Claro que a supervisão do Banco de Portugal tinha obrigação de descobrir, em tempo útil, os crimes (e parece não haver dúvidas de que é disso que se trata) perpetuados no BPN e no BP. Mais uma vez são os contribuintes que vão pagar. E, além disso, são os contribuintes que vão ficar privados de todas as obras e benefícios que as quantias avultadas gastas para “salvar” estas instituições lhes poderiam proporcionar. No caso do Cristiano Ronaldo logo houve quem se apressasse a dar conta das obras que poderiam ser feitas com os 94 milhões envolvidos na transferência. E o que poderia ser feito com os milhões gastos na “restauração” do BPN (e provavelmente no BP), além daqueles que todos os anos são esbanjados com as frequentes derrapagens? Quantas obras poderiam e deveriam ser feitas com os milhões desviados em mais estas fraudes (repetimos que parece não haver dúvidas de que é disso que se trata); o Dr. Basílio Horta, presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), defendendo a importância do TGV para o transporte de mercadorias e para o crescimento do Porto de Sines, bem como para o reforço do transporte de passageiros e ligação à Europa, afirmou que os espanhóis não vão querer atravessar a fronteira para Portugal e viajar em comboios do século passado. Ora, convém lembrar ao presidente da AICEP que há milhões de portugueses que, diariamente, viajam em “comboios do século passado” (e, pior, em sistemas de cantonamento do século passado), porque ao longo dos anos não foi feito no Caminho de Ferro o investimento que agora se pretende fazer no TGV. Basta ir aqui ao lado, ao Ramal da Lousã, para se perceber quão ilógica é a construção do TGV em Portugal sem que antes se façam os investimentos necessários para servir bem as populações. No caso do Ramal da Lousã, e ainda que seja tarde para semelhante opinião, não cremos serem precisos grandes primados de engenharia para se ter chegado à solução mais correcta e viável e que melhor serviria os milhares de utentes diários: a renovação e electrificação da linha, mantendo-se a exploração pela CP. Tal como já aqui escrevemos, há bons exemplos de como com o indispensável investimento, a CP consegue prestar um bom serviço aos seus utentes.
Em Monsanto, a Casa do Concelho de Penela em Lisboa reuniu conterrâneos de diversos pontos do país, em mais uma demonstração de orgulho em ser penelense. Em tempos difíceis, que hoje perduram mas apesar de tudo bem menos amargos em relação àquela época, foram muitos os que “debandaram” em busca de uma vida melhor. As raízes e o vínculo à terra natal, no entanto, mantiveram-se, quiçá reforçaram-se, sendo este convívio um momento de excelência para rever velhos amigos e reforçar laços de fraternidade, tão importantes ontem como hoje.
Culminando uma excelente época, os Infantis da Casa do Povo de Miranda do Corvo juntaram a vitória no Campeonato à que já haviam garantido na Taça Distrital. Êxitos que reflectem o trabalho realizado pelo grupo, mas também, e sobretudo, por todo o clube. Um clube que tem vida e estrutura próprias, e que deve servir de exemplo para outros que dão ainda mostras de falta de organização e de dependência em relação, por exemplo, aos poderes autárquicos. É certo que o papel das autarquias é fundamental na promoção do desporto, mas devem ser os próprios clubes a organizarem-se e, de mote próprio, a darem passos no sentido da excelência no trabalho desenvolvido, sem estarem permanentemente à espera que as coisas apareçam feitas.
Outro aspecto que ressalta à vista na dinâmica introduzida na Casa do Povo, mormente nesta equipa de Infantis, é a assumpção de que os jogos de futsal são para ganhar, não cedendo ao discurso “politicamente correcto”, tantas vezes ridículo e “castrador”, que muitos optam por utilizar dizendo que os jogos de formação não são para ganhar. Também aqui apetece perguntar: então são para quê? A humildade e espírito colectivo e de sacrifício patenteados por este grupo de trabalho são bem o exemplo de que ganhar não faz mal a ninguém, desde que a vitória seja fruto do trabalho de todos.
Parabéns Campeões!
Parabéns Campeões!
António José Ferreira
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